HUSKY SIBERIANO

Resistência - Fidelidade - Inteligência

terça-feira, 26 de abril de 2011

Angulações - Parte I - Escápula, Úmero, Rádio e Úlna

Para a análise construtiva e qualitativa da ação do movimento de um cão, as angulações e a estrutura de cada osso e músculo, à principio, precisa ser conhecido. A familiaridade com conceitos e definições, neste sentido, é de suma importância para o desenvolvimento desta análise.
Num primeiro momento os membros anteriores (membro torácico assim chamado também) adquirem um aspecto de deslocamento tracionado apresentando um ponto de vista importante no estudo da movimentação do cão em um sentido restrito mas de fundamental compreensão.
Todos os ossos da parte anterior como a escápula, úmero, rádio, ulna (cúbito), ossos do carpo, do metacarpo e falanges serão, em princípio, individualizados para uma melhor compreensão.

A Escápula, um osso plano, aproximadamente triangular apresenta duas superfícies, três bordas e três ângulos. O ângulo ventral é a extremidade distal ou articular que forma a cavidade glenóide, e a parte mais estreita que se une à lâmina estendida é referida como colo da escápula. A escápula interna, lateral e parte externa aderem os músculos que a sustentam e a movimentam. Duas fossas se apresentam iguais por uma elevação deste osso, a espinha da escápula, a parte mais proeminente. Este osso articula-se com o úmero, através de uma articulação chamada escapulo-umeral. Neste contexto aparece o ângulo ventral onde aparece a extremidade alargada e distal. A parte adjacente estreita, o colo, é o segmento da escápula ventral à espinha e dorsal à parte expandida do osso que forma a cavidade glenóide. Este ângulo ventral é a parte mais importante da escápula, em virtude da sua contribuição para a formação da articulação do ombro. A cavidade glenóide articula-se com a cabeça do úmero. Há pouca profundidade nesta cavidade. Podemos considerar uma eminência (elevação) na parte cranial desta cavidade chamado tubérculo supraglenoidal. Há uma leve inclinação denominado de processo coracóide. O músculo coracobraquial origina-se desse processo coracóide, enquanto o músculo bíceps do braço origina-se de tubérculo supraglenoidal.




A escápula deve ter uma posição de 45° em relação ao dorso (horizontal), enquanto que o úmero, de igual dimensão, deverá formar com ela um ângulo de 90°, o ângulo escapulo-umeral.
O prolongamento imaginário da crista da escápula até tocar o solo, indica o ponto mais distante a ser alcançado pelos dianteiros, isto é, indica a largura do passo para a frente. A posição ideal, ou seja, de 45 ° em relação ao dorso, permite um passo mais largo, conseqüência do maior arco descrito pela escápula. As vantagens desta posição, pode ser feita pela colocação da escápula em várias posições dentro de um quadrado. Observa-se facilmente, que numa posição de 45 °, a escápula é mais longa, oferecendo assim, uma superfície maior de inserção aos músculos, permitindo um passo mais largo, por descrever um arco maior e possibilitando uma maior força tratora.







Uma escápula colocada numa angulação maior que a horizontal, por exemplo, de 60° fica inferiorizada nesses aspectos e mais inferiorizadas ficarão, quanto maior for o ângulo referido, isto é, quanto mais se aproximarem da vertical.

Uma angulação inferior a 45°, ou seja, próxima à horizontal, traz prejuízos, principalmente, por alterar a inserção dos músculos, reduzindo a ação do molejo (quando pouco absorve os impactos da propulsão) e abaixa o cão para a frente.







O Úmero é um osso longo de secção ovalada em forma de um leve “S” que vai da escápula ao cotovelo. Articula-se com a escápula formando a Ponta do Ombro. Está localizado no braço (brachium). Esse osso contribui para a formação das articulações do ombro e do próprio cotovelo. A articulação do ombro é formada pela articulação da escápula com o úmero: a articulação do cotovelo é formada pela articulação do rádio e da ulna entre si e com o úmero. A extremidade proximal do úmero inclui a cabeça, o colo e os tubérculos maior e menor. O côndilo, na extremidade distal é formado pela tróclea, pelo capítulo e pelas fossas radial e do olecrano, que se comunicam proximalmente à tróclea através do forame supratroclear. Os epicôndilos medial e lateral estão situados sobre os lados do côndilo. O corpo do úmero localiza-se entre as duas extremidades.



A cabeça do úmero possui uma saliência que, quando abre o ângulo escapulo-umeral, ao ser dado o passo à frente, bate na escápula, limitando a abertura do passo. Funcionando como uma espécie de freio.

Uma prova fácil para determinar a boa angulação do ombro e o comprimento dos ossos que o formam, é o teste do triângulo, que consiste em baixar uma perpendicular imaginária da coroa da escápula (cernelha). Ela deve tocar exatamente a ponta inferior do úmero. Essa linha, juntamente com a escápula e úmero, formarão um triângulo perfeito. Outra linha, horizontal, tirada da ponta do ombro , tocará a primeira, exatamente na metade. Se os ângulos não forem perfeitos, o triângulo, não formará um retângulo perfeito.

Se o úmero for curto a linha ascendente em lugar de perpendicular , se inclinará para à esquerda e a linha horizontal cortará a descendente mais abaixo de seu meio.


Se a escápula for curta, a linha descendente se inclinará para a direita e a horizontal cortará a descendente mais acima da sua metade.

A natureza normalmente compensa a redução de um osso pelo o aumento do outro. Assim, a uma escápula curta corresponde, quase sempre, um úmero maior.

A inversa é verdadeira, pois desta forma, a soma do comprimento desses dois ossos será igual, alternando-se, apenas, a relação entre eles. O ombro ideal ocupa extamente toda a profundidade do tórax.

Assim, a coroa da escápula (cernelha) deve ser o ponto mais alto e a ponta inferior do úmero (cotovelo) deve ser o ponto mais baixo, coincidindo com a linha inferior do tórax (esterno).

A título de curiosidade podemos analisar tipos de ombros especiais nas seguintes condições: O ombro do terrier tem o aspecto de ser mais reto pelo encurtamento do úmero de forma que o arco do cotovelo trabalha acima da linha do peito . A escápula não deve ser reduzida em seu comprimento, nem colocada perpendicularmente.

Nos ombros dos dachschund, do Scottish Terrier e outros, cujo centro de gravidade é baixo, os ossos são de comprimento reduzido, de forma que, a ação do cotovelo seja exercida bem acima da linha do peito.

Ombros dos cães cujos padrões exigem o movimento de velocidade (corrida), o úmero é extremamente longo em relação ao comprimento da escápula. A velocidade e o impulso dos membros anteriores dessas raças (Greyhound, Whippet, Afghan, Saluky) provém do longo úmero, dos metacarpos inclinados e dos pés de lebre vistos anteriormente.

O Rádio atua como uma coluna suportando o peso do corpo. Une-se ao úmero, na sua ponta superior, e, na base, apóia-se nos ossos do carpo. Visto de frente, não deve o rádio ser redondo e sim oval, esta forma oferece maior resistência às forças que atuam sobre esse osso, todas elas, no sentido longitudinal, que é o movimento da perna. A cabeça do rádio, como a totalidade do osso, é mais ampla quando vista da superfície medial para a lateral. O corpo do rádio é achatado de modo que possui superfícies cranial e caudal e margens lateral e medial.

A Ulna é um osso de pequeno diâmetro, colocado atrás do rádio e com este forma o antebraço. Sua extremidade superior desvia-se um pouco para trás, formando a saliência, que se denomina cotovelo. Está na parte caudal do ante-braço e é um osso que ultrapassa o rádio em comprimento.

Quando a perna se movimenta para trás, essa saliência da úlna encosta no úmero e limita a amplitude do passo. A extremidade inferior da ulna adapta-se ao osso do carpo, denominado pisiforme, evitando que o metacarpo adote posição vertical. Temos então, para a ulna, duas importantes funções: limitar o passo para trás e impedir a perpendicularidade do metacarpo.

A composição rádio-úlna formando a perna direita, dá melhor indicação sobre a ossatura do cão. Se esta é forte, esse conjunto será robusto em relação ao resto do corpo. Cães com ossatura fraca terão esse conjunto fino em relação ao todo.

Quanto ao comprimento, deve igualmente o rádio-úlna, estar em harmonia com o todo. Se for muito alto, levantará o cão na frente, dando cernelha muito alta e, consequentemente, o dorso fugidio. O cão terá muito “brilho”, isto é, muito espaço entre a linha inferior do tronco e o chão, teremos, no caso, o cão “pernalta” e se for muito curto, poderá dar cernelha baixa e garupa alta, o cão terá pouco “brilho” e será curto de pernas.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Angulações - Parte I - Introdução

Quando pensamos em medidas e angulações de cães como uma forma de mensurar movimentos e organizar estruturas, estamos tentando analisar o conteúdo prático do deslocamento funcional canino em um sentido linear de sua composição. A alteração de comprimentos e ângulos pode ser individual ou padronizada porque cada padrão racial refere-se ao cão e o remete a uma identidade própria para a realização de função específica. Os ângulos, nas definições cinotécnicas das medidas, nos leva a afirmar que cães que possuem ângulações ideais realizam, como forma de movimento e trabalho, a função em um esforço satisfatório menor que o que possue medidas angulares incorretas. Nesse sentido a tipicidade é muito importante para o exercício da função. A qualidade da forma típica é de extrema consideração no estudo das dimensões estruturais do aspecto de qualidade da imensa variação das raças no mundo. Há uma disposição num sentido uniforme onde os cães a ele pertence e, por consequência, devem ser encaixados. (ref.: Manual de Estrutura do CBKC). Esta parte abrange, definitivamente, os membros anteriores e posteriores. Neste sentido a maioria daqueles que observam uma estrutura canina no conteúdo dinâmico dão relativa importância as dimensões dos membros posteriores, isto é, ao atrativo da sua movimentação e ao papel propulsor do corpo, dando um aspecto de menor relevância aos membros anteriores na compreensão do movimento típico. Porém o trabalho dos posteriores e anteriores é de conjunto, de suma importância no movimento do cão porque se o primeiro exerce uma força propulsora, o segundo suporta o peso da metade anterior do corpo exercendo uma força locomotora chamada de "tratora", ou seja, exerce uma tração sobre o resto do corpo.