HUSKY SIBERIANO

Resistência - Fidelidade - Inteligência

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Movimentação do Husky Siberiano - Uma análise

“ MOVIMENTAÇÃO: a movimentação característica do Husky Siberiano é suave e aparentemente sem esforço. É rápida e ligeira sobre suas patas. Quando apresentado em exposições, deverá sempre ser de guia solta. Mostra um trote moderadamente rápido, exibindo assim um bom alcance nos anteriores e boa propulsão nos posteriores.Quando visto de frente e de trás, enquanto caminha, o Husky Siberiano não converge os membros numa trilha única (single tracking), mas à medida que a velocidade aumenta,os membros convergem gradualmente até que as almofadas plantares pisem sobre uma linha diretamente abaixo do centro longitudinal do corpo. Conforme as pegadas convergem, os anteriores e os posteriores movimentam-se para a frente sem que, nem os cotovelos, nem os joelhos virem para dentro ou para fora. Cada membro posterior se move para alcançar a pegada do anterior do mesmo lado. Enquanto o cão está em movimento, a linha superior permanece firme e nivelada. “ Como é entendido o ato de se movimentar? Talvez em um raciocínio rápido se chega a conclusão que movimentar-se não passa de uma mudança de lugar. Em termos gerais é mais ou menos isso. Todavia há um porém entre o ato de se movimentar e a mudança de lugar. Como se passa de um ponto ao outro em um determinado espaço se deslocando... mantendo o equilíbrio constante? Então, pode-se perceber que o ato de movimentar-se está associado a vários mecanismos de “dinâmica”, definições e “conceitos” que envolvem o “movimento” propriamente dito ou escrito. Pode-se iniciar assim: “...é a quebra de um equilíbrio pré-existente refeito posteriormente”. Seria mais ou menos isto e já se entraria no conceito de “movimento”. Corpo e Cérebro trabalham conjuntamente. Conforme Leon Hollenbick, no seu “The Dynamics Of Canine Gait”, a movimentação … “é uma seqüência de movimentos voluntários, coordenados, rítmicos e uniformes, destinados a locomover um corpo através de um determinado espaço durante uma certa fração de tempo”, ou seja, uma conclusão do ramo da física onde a matemática e a estética se unificaram para formalizar, além de um conceito cinófilo, uma definição “cinométrica” de movimento. No conceito da Física o “movimento” se caracteriza por uma variação de posição espacial de um corpo, objeto ou ponto material em um determinado tempo. Então, na definição tanto cinófila quanto física, três idéias se fundem: Força, Espaço e Tempo. Por definição a relação entre Espaço e Tempo, ou seja, a distância percorrida e o tempo gasto é chamada de “Velocidade”. A análise do movimento por si só, sem se preocupar com as causas e as conseqüências, ou seja, apenas com a sua descrição (cinemática) daria uma condição enganosa ao estudo da movimentação dentro da cinologia, porque estas condições de estudo não seriam completas ou conclusivas, pois se necessitariam de todas as causas e forças (dinâmica) que iniciam o movimento e de suas conseqüências, o cessar. Analisar um acontecimento dentro do movimento e a relação posterior é analisar a causa e o seu efeito. O segundo acontecimento é sempre a conseqüência do primeiro. No caso da movimentação do Husky Siberiano estes conceitos são extremamente importantes. Nesta breve introdução se pode ter uma idéia sobre movimentação, entretanto há uma particularidade dentro das movimentações de cães de raça pura: a tipicidade, o movimento típico ou por dedução, a construção de sua estrutura funcional. A mecânica de movimentação, no siberiano, se completa por um esforço mínimo... “a movimentação característica do Husky Siberiano é suave e aparentemente sem esforço.” ... Todos os componentes que envolvem a movimentação “suave” , sem sacrifício, tornando-a fácil se caracterizando por um consumo mínimo de energia e por seu modo de exercer esta “força” por um sentido inofensivo e cômodo deste movimento. Não se pode ter uma estrutura mal delineada e com desvios pois isto acarretaria deformações de movimento tornando a dinâmica desgastante e traumática já que ao tracionar e propulsionar, o siberiano seria inutilizado em seu fim de trabalho: puxar trenós, bem como outras atividades afins. “...É rápida e ligeira sobre suas patas!” Uma das características da raça siberiana é o poder de “tração”, muito antes de se pensar em “propulsão”. Tracionar é um procedimento único da raça siberiana... é puxar pelos anteriores, e isso é uma combinação da dinâmica dos metacarpos e falanges fornecendo bastante molejo ao movimento da força tratora e por sua maciez e agilidade na locomoção. Este conjunto deve ser potente dando ao siberiano uma justa força, rapidez e firmeza de tração. “...Quando apresentado em exposições, deverá sempre ser de guia solta.” O siberiano deve ser treinado como se a guia não existisse dando ao cão, em movimento na apresentação em shows, um sentido de liberdade. O cão, praticamente, deve saber o contexto da apresentação e o apresentador ter a exata sensibilidade da simbiose entre ele e o cão. “...Mostra um trote moderadamente rápido, exibindo assim um bom alcance nos anteriores e boa propulsão nos posteriores.” Muito pelo contrário do que se pensa o “trote”, uma andadura cruzada, na qual a propulsão e o alcance acontecem simultaneamente, onde o alcance é realizado pelo anterior contrário ao posterior que realizou este movimento (sic. Rachel Elliot – Dog Steps), é a única movimentação requerida nas pistas de show em julgamento. E o que significa “um bom alcance”? “...bom alcance” significa o movimento realizado pelo conjunto escápula e úmero com a distância do passo segundo seus anteriores. O segredo está no ângulo de 45° que a escápula alcança, em movimento máximo, com a horizontal do solo. A relação entre a posição do conjunto escapulo-umeral medido em seu ângulo, maior, menor ou igual a 90°, terá como conseqüência a amplitude do passo anterior. Uma angulação maior que 90º no conjunto escapulo-umeral trará uma posição de escápula maior que 45° e a amplitude do passo curto dando um aspecto de ombro aberto e cernelha alta com uma linha de dorso descendente e isto é muito peculiar em diversos exemplares. Ao contrário acarretará um passo de amplitude ampla dando um aspecto de ombro fechado com cernelha baixa com o úmero se aproximando de uma linha horizontal. O centro de gravidade muda neste dois aspectos. E a “boa propulsão nos posteriores”. A propulsão deve ser tal que esta força sustente a alavancagem do corpo. Há uma condição muscular neste contexto e um conjunto de forças que contribuem para esta ação e uma delas é a posição de ângulos entre o fêmur e o coxal. Quanto mais angulado mais força o cão terá e este ângulo terá 90°. Estas forças, absoluta e relativa, dão um aspecto padrão e deverão ser iguais e produzem o mesmo efeito dando assim, ao cão, um movimento típico. “...Quando visto de frente e de trás, enquanto caminha, o Husky Siberiano não converge os membros numa trilha única (single tracking), mas à medida que a velocidade aumenta,os membros convergem gradualmente até que as almofadas plantares pisem sobre uma linha diretamente abaixo do centro longitudinal do corpo.” Na verdade este ponto é um ponto importante na análise da movimentação do husky siberiano... a sua posição durante o seu movimento. Notadamente o siberiano não desenvolve velocidade suficiente, num primeiro momento, para convergir os membros ao centro longitudinal do corpo. A “trilha única ou rastro simples” (single tracking), em movimentação, deixam suas pegadas, uma atrás da outra, dispostos em uma mesma linha, embora aproximando da linha mediana não chegam a pisar sobre ela pois a velocidade está diretamente ligada a estas posições, ou seja, quanto mais velocidade... mais aproximação da linha mediana pois o ponto de equilíbrio, em velocidade, é mudado conforme um novo movimento.. Esta análise, quando visto de frente e de trás, é puramente estrutural, ou seja, se pede esta movimentação para poder notar aprumos (cotovelos, jarretes, etc) e, conclusivamente, tendências laterais, isto é, o “andar de lado”, o “caranguejar” – “crabbing” . Desta maneira e dentro de contexto se pede o andar em circulo para poder verificar a forma de como o siberiano cloca os pés nos apoios e verificar se não há o sobre-passo... o posterior apoiando-se adiante do ponto de apoio do anterior. Isso é uma falta muito grave em se tratando de animais tracionais. Pode-se analisar um siberiano em sua movimentação real mas nunca e um ringue de exposições. O que se pode verificar é um “potencial” movimento de tração e imaginá-lo por real. No contexto “Movimentação” analisado anteriormente, em postagens, podemos analisar o conceito contextual deste significado.
Por Leandro Jorge - Verkoiansk Siberians