Todo o sólido possui um ponto onde se encontram e se anulam as forças que sobre ele atuam. Da manutenção da estabilidade desse ponto depende o equilíbrio do sólido e num sentido mais dinâmico, podemos dizer que certos movimentos são possíveis, sem que haja desequilíbrio ou deslocamentos, sempre que a projeção desse ponto sobre o solo, por meio de uma linha perpendicular, nem saia dos limites da base desse sólido ou da área de projeção circunscrita por seus pontos de apoio (os pés de uma mesa, por exemplo). Nos sólidos geométricos regulares esse ponto coincide com o centro, isto é, o ponto de encontro de suas diagonais ou diâmetros. No cão, devido a massa muscular da porção anterior, mais o pescoço e a cabeça, o centro de gravidade desloca-se para a frente , situando-se, de modo geral, logo através da ponta do cotovelo e a meia altura do tórax. O deslocamento desse centro de gravidade para a frente é o que permite o animal caminhar e é nesse deslocamento que o pescoço e a cabeça assumem o seu papel dinâmico – para iniciar o movimento , o cão abaixa a cabeça e, para detê-lo, levanta a cabeça. Associando estes princípios aos tipos constitucionais pode-se entender melhor certas exigências dos padrões e suas aplicações funcionais. Tomando como exemplo os tipos extremos: os longilíneos são estreitos e de pescoço longo, portanto de equilíbrio instável e fácil alterações do centro de gravidade para a frente o que facilita o ganho de velocidade. Os brevilíneos, curtos e largos e de pescoço curto, ao contrário, matem com mais facilidade o centro de gravidade, mesmo oscilando dentro da área de equilíbrio e assim, perdem velocidade, por outro lado garantem a estabilidade necessária para a aplicação de força física.
Em termos de aplicações: quando um padrão racial de um greyhound pede um pescoço longo, não é um detalhe aleatório ou meramente estético pois um pescoço curto e grosso, que dificulte o deslocamento do centro de gravidade, fere o tipo porque, dificulta a função desejada. Paralelamente um bulldog inglês estreito e de pescoço longo teria comprometida a necessária estabilidade.
Pure Breed Dogs - 2003 - Glover, Harry - Irewin Copplestone
Dog Standards Illustred - 1977 - Wagner, Alice - Howell Book House, Inc.
Tradução, Pesquisa e Edição - Leandro Jorge - Direitos reservados.
2 comentários:
Bacana esse, da pra ter uma noção de que os padrões das raças não existem atoa, e se existem é porque cada detalhe tem se propósito...
Isso explica muita coisa, principalmente o desequilibro constantes e quedas da Lilith...
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