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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Crânio e Cabeça

Entende-se por crânio o esqueleto ósseo da cabeça. Compreende um conjunto bastante complexo que tem por finalidade abriga e proteger, não apenas a porção encefálica do sistema nervoso central mas, ainda, a maioria dos órgãos dos sentidos bem como as opções iniciais dos aparelhos respiratórios e digestivo, etc. Para a nossa finalidade vamos nos deter apenas em partes de interesse para os árbitros (não juizes!), quer nas interpretações dos padrões, quer na aplicação ao avaliar um animal. Dessa forma, nossas descrições serão suscintas e genéricas, nem sempre seguindo o preciosismo anatômico. Para fins didáticos o crânio pode ser dividido em crânio propriamente dito e face ou focinho. Assim, no crânio propriamente dito interessam-nos os ossos frontais, parietais e o occipital. Os frontais formam a região da testa e, junto com os parietais, o teto da caixa craniana – a linha superior do crânio. Em muitas raças, na linha de fusão dos frontais e parietais de cada lado, forma-se, acompanhando o topo do crânio, uma crista óssea chamada de crista sagital, cuja função éaumentar a superfície de inserção muscular (músculo temporal). O occipital constitui a parte posterior do crânio (nuca); é um osso ímpar e, na sua porção superior, aonde se funde com os parietais, forma uma saliência mais ou menos pretuberantes, dependendo da raça. Na região da cavidade orbitária o osso frontal mostra um prolongamento, o processo zigomático ou supra orbitário, que participa da formação da parte superior dessa cavidade e que se continua, no cão, com uma lâmina de cartilagem (em outros animais é totalmente óssea); ainda na região da testa, é a superfície externa do frontal que determina a presença de arcadas superciliares mais ou manos desenvolvidas.


Na região do focinho devemos dar destaque aos ossos maxilares, nasais e mandibulares. Os ossos maxilares formam as paredes laterais do focinho e dão implatação aos dentes da arcada superior; na porção superior, entre os ossos maxilares, situam-se os ossos nasais que determinam a linha superior do focinho; na porção mais anterior os nasais continuam-se com as cartilagens parientais que formam o arcabouço do nariz. O Nariz (trufa) é a parte externa do aparelho respiratório e suas características de forma, cor, etc dizem respeito aos padrões raciais. O conjunto dos ossos nasais e maxilares é conhecido como maxilar superior; a linha de transição desses ossos com os ossos frontais forma um ângulo que pode ou não ser pronunciado e que é, em cinofilia (cinologia), denominado de “stop” (quanto mais evidente o ângulo, tanto mais evidente o stop).


Os ossos mandibulares, um de cada lado, fundem-se na sua extremidade anterior, queixo, constituindo a mandíbula (maxilar inferior). A mandíbula é a parte móvel do crânio e nela estão implantados os dentes da arcada inferior. A mandíbula tem origem embriológica e desenvolvimento diferente e independente do esqueleto ósseo, por essa razão o seu crescimento, correto ou incorreto, que acaba de determinar o tipo de mordedura (oclusão dental) ou ao contrário, uma série de defeitos de boca; assim,por exemplo, nas torções mandibulares, o osso de um lado cresce menos do que o do outro e a união deles ficará, portanto, deslocada em relação ao plano mediano.


Devemos ainda considerar o arco zigomático (não confundir com processo zigomático). Este arco ósseo é formado por prolongamentos (processos) de ossos da face (molar, maxilar) e do crânio (temporal) e, além de reforçar o conjunto, serve de inserção para músculos responsáveis pelo fechamento da mandíbula (músculo masseter).

O fechamento da mandíbula, seja para a mastigação normal seja para preensão, depende básicamente de dois músculos: o temporal e o masseter (além de outros). Variações conforme o tipo e, portanto a importância funcional, serão vistos depois. A região de transição entre mandíbula e a face inferior do pescoço é chamada de garganta.

Pure Breed Dogs - 2003 - Glover, Harry - Irewin Copplestone
Dog Standards Illustred - 1977 - Wagner, Alice - Howell Book House, Inc.
Guia para a Dissecção do Cão - Evans & deLahunta - Guanabara Coogan
Tradução, Pesquisa e Edição - Leandro Jorge - Direitos reservados.

2 comentários:

Unknown disse...

crista sagital, acho que é esse o nome, é normal cães terem essa região muito saliente?
vejo muito em cães srd, isso é normal ou uma "deformidade" ?

Leandro Jorge disse...

Conforme algumas raças a crista sagital fica muito proeminente e isto acontece muito nos cães de crânios dolicocéfalos.