A união entre dois ou mais ossos constitui as articulações (ou juntas). Elas podem ser fixas (imóveis), como entre os ossos do crânio ou móveis, como entre os ossos dos membros. É portanto sobre uma articulação que, sob ação dos músculos, a peça óssea se move. Nas articulações móveis as extremidades ósseas são revestidas por cartilagem e entre elas encontramos um líquido que serve como lubrificante (sinovia) e está contido dentro de uma cápsula predominantemente fibrosa, a cápsula articular, que se estende de um osso a outro, fixado próximo às extremidades. As vezes, aí existem formações fibroelásticas, como os meniscos, que facilitam a adaptação das extremidades ósseas e reduzem o atrito nos movimentos. As articulações também são mantidas em posição pelos ligamentos que ainda servem para orientar e limitar os movimentos; o conjunto é reforçado, as vezes, pela passagem dos músculos ou tendões musculares (o tendão é um prolongamento do músculo, com poucas fibras musculares, enquanto o ligamento é essencialmente fibroso e independente dos músculos).
Os músculos exercem sua ação por meio de contrações, comandadas pelo sistema nervoso; dessa forma diminuindo a distância entre suas extremidades, presos a ossos diferentes, provoca o deslocamento da peça óssea que se movimenta apoiada na articulação correspondente abrindo-a (músculos extensores) ou fechando-as (músculos flexores). Raramente um músculo atua sozinho. O movimento é dado pela ação de um conjunto de músculos, alguns principais e outros auxiliares, na dependencia do movimento executado. Exemplo interessante é o músculo multifido dorsal, formado por pequenos músculos que vão de vértebra a vértebra; atuando em conjunto permitem uma série de movimentos da coluna vertebral.
Como vão de osso a osso, os músculos longos possuem um segmento maior de contração, que entretanto é mais lenta (movimentos amplos). Já os músculos curtos apresentam pequena contração, que porém é rápida (movimentos bruscos), muitas vezes são coadjuvantes: os curtos iniciam o movimento e os longos o completam. Tão ou mais importante do que o tamanho é o ângulo que o músculo toma em relação ao osso no qual se insere e sobre o qual vai agir. Aqui entra a importância dos ângulos articulares. Se a articulação é mais fechada (bem angulado), basta uma pequena contração para que a extremidade óssea sofra um deslocamento acentuado, o que pode ser traduzido por um melhor rendimento (o famoso “Alcance de Solo”) com um único movimento (menos gasto de energia); numa articulação mais aberta (pouco angulado), a mesma contração desloca pouco a estremidade, menor alcance de solo porém com uma maior estabilidade. Em casos extremos, de pouquíssima angulação, a contração muscular ao invés de fechar a articulação, aproxima as peças ósseas gerando ao animal muita firmeza no apoio. É por essa razão que os membros posteriores devem ser bem angulados nos cães de média ou grande velocidade e boa cobertura de terreno (ex.: longilíneos e mediolíneos) e, ao contrário, deve ser pouco angulado nos cães de nítida ação (força) física (brevilíneos).
Pure Breed Dogs - 2003 - Glover, Harry - Irewin Copplestone
Dog Standards Illustred - 1977 - Wagner, Alice - Howell Book House, Inc.
Ilustração adaptada de Siberian Husky - The Family Album - Debbie Meador
Tradução, Pesquisa e Edição - Leandro Jorge - Direitos reservados.
2 comentários:
A sinovia pode diminuir quando o cão fica idoso?
Como o ser humano...pode.
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