segunda-feira, 6 de junho de 2011
Movimentação do Husky Siberiano - Uma análise
sexta-feira, 27 de maio de 2011
terça-feira, 26 de abril de 2011
Angulações - Parte I - Escápula, Úmero, Rádio e Úlna
Num primeiro momento os membros anteriores (membro torácico assim chamado também) adquirem um aspecto de deslocamento tracionado apresentando um ponto de vista importante no estudo da movimentação do cão em um sentido restrito mas de fundamental compreensão.
Todos os ossos da parte anterior como a escápula, úmero, rádio, ulna (cúbito), ossos do carpo, do metacarpo e falanges serão, em princípio, individualizados para uma melhor compreensão.
A Escápula, um osso plano, aproximadamente triangular apresenta duas superfícies, três bordas e três ângulos. O ângulo ventral é a extremidade distal ou articular que forma a cavidade glenóide, e a parte mais estreita que se une à lâmina estendida é referida como colo da escápula. A escápula interna, lateral e parte externa aderem os músculos que a sustentam e a movimentam. Duas fossas se apresentam iguais por uma elevação deste osso, a espinha da escápula, a parte mais proeminente. Este osso articula-se com o úmero, através de uma articulação chamada escapulo-umeral. Neste contexto aparece o ângulo ventral onde aparece a extremidade alargada e distal. A parte adjacente estreita, o colo, é o segmento da escápula ventral à espinha e dorsal à parte expandida do osso que forma a cavidade glenóide. Este ângulo ventral é a parte mais importante da escápula, em virtude da sua contribuição para a formação da articulação do ombro. A cavidade glenóide articula-se com a cabeça do úmero. Há pouca profundidade nesta cavidade. Podemos considerar uma eminência (elevação) na parte cranial desta cavidade chamado tubérculo supraglenoidal. Há uma leve inclinação denominado de processo coracóide. O músculo coracobraquial origina-se desse processo coracóide, enquanto o músculo bíceps do braço origina-se de tubérculo supraglenoidal.
A escápula deve ter uma posição de 45° em relação ao dorso (horizontal), enquanto que o úmero, de igual dimensão, deverá formar com ela um ângulo de 90°, o ângulo escapulo-umeral.
O prolongamento imaginário da crista da escápula até tocar o solo, indica o ponto mais distante a ser alcançado pelos dianteiros, isto é, indica a largura do passo para a frente. A posição ideal, ou seja, de 45 ° em relação ao dorso, permite um passo mais largo, conseqüência do maior arco descrito pela escápula. As vantagens desta posição, pode ser feita pela colocação da escápula em várias posições dentro de um quadrado. Observa-se facilmente, que numa posição de 45 °, a escápula é mais longa, oferecendo assim, uma superfície maior de inserção aos músculos, permitindo um passo mais largo, por descrever um arco maior e possibilitando uma maior força tratora.
Uma escápula colocada numa angulação maior que a horizontal, por exemplo, de 60° fica inferiorizada nesses aspectos e mais inferiorizadas ficarão, quanto maior for o ângulo referido, isto é, quanto mais se aproximarem da vertical.
Uma angulação inferior a 45°, ou seja, próxima à horizontal, traz prejuízos, principalmente, por alterar a inserção dos músculos, reduzindo a ação do molejo (quando pouco absorve os impactos da propulsão) e abaixa o cão para a frente.
O Úmero é um osso longo de secção ovalada em forma de um leve “S” que vai da escápula ao cotovelo. Articula-se com a escápula formando a Ponta do Ombro. Está localizado no braço (brachium). Esse osso contribui para a formação das articulações do ombro e do próprio cotovelo. A articulação do ombro é formada pela articulação da escápula com o úmero: a articulação do cotovelo é formada pela articulação do rádio e da ulna entre si e com o úmero. A extremidade proximal do úmero inclui a cabeça, o colo e os tubérculos maior e menor. O côndilo, na extremidade distal é formado pela tróclea, pelo capítulo e pelas fossas radial e do olecrano, que se comunicam proximalmente à tróclea através do forame supratroclear. Os epicôndilos medial e lateral estão situados sobre os lados do côndilo. O corpo do úmero localiza-se entre as duas extremidades.
A cabeça do úmero possui uma saliência que, quando abre o ângulo escapulo-umeral, ao ser dado o passo à frente, bate na escápula, limitando a abertura do passo. Funcionando como uma espécie de freio.
Uma prova fácil para determinar a boa angulação do ombro e o comprimento dos ossos que o formam, é o teste do triângulo, que consiste em baixar uma perpendicular imaginária da coroa da escápula (cernelha). Ela deve tocar exatamente a ponta inferior do úmero. Essa linha, juntamente com a escápula e úmero, formarão um triângulo perfeito. Outra linha, horizontal, tirada da ponta do ombro , tocará a primeira, exatamente na metade. Se os ângulos não forem perfeitos, o triângulo, não formará um retângulo perfeito.
Se o úmero for curto a linha ascendente em lugar de perpendicular , se inclinará para à esquerda e a linha horizontal cortará a descendente mais abaixo de seu meio.
Se a escápula for curta, a linha descendente se inclinará para a direita e a horizontal cortará a descendente mais acima da sua metade.
A natureza normalmente compensa a redução de um osso pelo o aumento do outro. Assim, a uma escápula curta corresponde, quase sempre, um úmero maior.
A inversa é verdadeira, pois desta forma, a soma do comprimento desses dois ossos será igual, alternando-se, apenas, a relação entre eles. O ombro ideal ocupa extamente toda a profundidade do tórax.
Assim, a coroa da escápula (cernelha) deve ser o ponto mais alto e a ponta inferior do úmero (cotovelo) deve ser o ponto mais baixo, coincidindo com a linha inferior do tórax (esterno).
A título de curiosidade podemos analisar tipos de ombros especiais nas seguintes condições: O ombro do terrier tem o aspecto de ser mais reto pelo encurtamento do úmero de forma que o arco do cotovelo trabalha acima da linha do peito . A escápula não deve ser reduzida em seu comprimento, nem colocada perpendicularmente.
Nos ombros dos dachschund, do Scottish Terrier e outros, cujo centro de gravidade é baixo, os ossos são de comprimento reduzido, de forma que, a ação do cotovelo seja exercida bem acima da linha do peito.
Ombros dos cães cujos padrões exigem o movimento de velocidade (corrida), o úmero é extremamente longo em relação ao comprimento da escápula. A velocidade e o impulso dos membros anteriores dessas raças (Greyhound, Whippet, Afghan, Saluky) provém do longo úmero, dos metacarpos inclinados e dos pés de lebre vistos anteriormente.
O Rádio atua como uma coluna suportando o peso do corpo. Une-se ao úmero, na sua ponta superior, e, na base, apóia-se nos ossos do carpo. Visto de frente, não deve o rádio ser redondo e sim oval, esta forma oferece maior resistência às forças que atuam sobre esse osso, todas elas, no sentido longitudinal, que é o movimento da perna. A cabeça do rádio, como a totalidade do osso, é mais ampla quando vista da superfície medial para a lateral. O corpo do rádio é achatado de modo que possui superfícies cranial e caudal e margens lateral e medial.
A Ulna é um osso de pequeno diâmetro, colocado atrás do rádio e com este forma o antebraço. Sua extremidade superior desvia-se um pouco para trás, formando a saliência, que se denomina cotovelo. Está na parte caudal do ante-braço e é um osso que ultrapassa o rádio em comprimento.
Quando a perna se movimenta para trás, essa saliência da úlna encosta no úmero e limita a amplitude do passo. A extremidade inferior da ulna adapta-se ao osso do carpo, denominado pisiforme, evitando que o metacarpo adote posição vertical. Temos então, para a ulna, duas importantes funções: limitar o passo para trás e impedir a perpendicularidade do metacarpo.
A composição rádio-úlna formando a perna direita, dá melhor indicação sobre a ossatura do cão. Se esta é forte, esse conjunto será robusto em relação ao resto do corpo. Cães com ossatura fraca terão esse conjunto fino em relação ao todo.
Quanto ao comprimento, deve igualmente o rádio-úlna, estar em harmonia com o todo. Se for muito alto, levantará o cão na frente, dando cernelha muito alta e, consequentemente, o dorso fugidio. O cão terá muito “brilho”, isto é, muito espaço entre a linha inferior do tronco e o chão, teremos, no caso, o cão “pernalta” e se for muito curto, poderá dar cernelha baixa e garupa alta, o cão terá pouco “brilho” e será curto de pernas.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Angulações - Parte I - Introdução
quinta-feira, 31 de março de 2011
Movimento e Andaduras - Generalidades e Considerações
Trote: o trote é uma andadura simétrica que ocorre quando os pares de pernas, em diagonal, se movem simultaneamente e a duração de contato com o solo é ligeiramente maior nos posteriores. No trote, usualmente dois pés estão sempre no solo. Alguns cães, entretanto, tem fases de suspensão (sem nenhum apoio no solo), o que é chamado de trote voador (trote típico do pastor alemão). Cães de pernas longas e corpo curto tem dificuladade de trotar, pois os posteriores podem interferir com anteriores. Caranguejar (crabbing – andar de lado) é uma forma de evitar essa interferência, girando o corpo para que o posterior passe ao lado do anterior, assim o cão anda simultaneamente para a frente e para o lado (este movimento também pode aparecer em cães longos ou com defeitos de coluna – linha superior – quando o impulso dos posteriores não alcançava por igual os anteriores).
A diferença entre o trote e a marcha envolve o aumento do movimento vertical do corpo, especialmente cabeça e pescoço, bem como aumento dos movimentos das articulações, principalmente ombro, cotovelo, carpo, joelho e tarso. Ao contrário da marcha, a flexão do joelho pode ocorrer na fase intermediária do passo (em resumo tudo é mais rápido do que na marcha) Pescoço e cabeça tem dois picos.
Galope: o galope é uma andadura assimétrica usada para locomoção em alta velocidade. Existem dois tipos básicos de galope no cão: o galope transversal, semelhante ao do cavalo e o galope rotatório, que parece ser o preferido pelos cães.
O cão pode manter o galope em duas velocidades, o galope “lento” (leve) , conhecido como “canter” (2) que representa uma andadura que pode ser facilmente mantida por um longo tempo e, galope rápido que pode ser mantido por curtos períodos de tempo. No galope a fase de apoio diminui e a duração do impulso aumenta em comparação com a marcha ou o trote. Períodos de suspensão ocorrem após a retirada do anterior (que marca o ciclo) do solo.
(2) Canter: Constitui uma modalidade similar a um galope combinado com o trote, é conhecido, também, por “Lope”. Processa-se da seguinte maneira: uma propulsão, seguida de outra propulsão e alcance cruzados, e um alcance... Andadura característica de Huskies em trabalho sendo considerado o movimento de velocidade média do siberiano. É entre esta andadura e o trote, andadura anterior, que o siberiano realiza seu “single tracking”(rastros simples), não confundir com o “parallel tracking” ou “doble tracking”. É uma andadura rápida intermediária entre o trote e o galope, de suspensão simples.
Alguns animais selecionados pela velocidade, como o Greyhound podem mostrar duas fases de suspensão em cada ciclo, a primeira ocorre após a retirada dos posteriores do solo, em um arremesso (coluna extendida) e a segunda após a retirada do anterior do solo (coluna flexionada).
A cabeça e o pescoço, no galope, tem apenas um pico. O maior movimento da cabeça para baixo é acompanhado pelo alcance maior dos anteriores para a frente . O movimento da cabeça para cima corresponde ao arqueamento da coluna e ao movimento dos posteriores para baixo do corpo preparando a colocação dos pés.
Efeitos da Conformação e Locomoção:
No reino animal o cão doméstico apresenta a maior variedade de tamanho e forma vistos em uma mesma espécie. Diferenças de magnitude de massa existem entre um Mastiff e um Chihuahua. Grandes diferenças de conformação anatômicas podem ser vistas quando comparados um Dachshund e um Borzói. Certamente essas diferenças influenciam significativamente certos parâmetros da locomoção. Assim é difícil caracterizar a locomoção normal do cão, mesmo porque a comparação entre diferentes raças mostra que o movimento “normal” de uma não é pertinente a outra.
Em repouso o animal apóia-se igualmente nos quatro membros. Quando o animal ganha velocidade ele tem menos apoio. Assim, os membros movem-se em direção ao centro de gravidade que fica para a frente do animal. O tipo de movimento denominado “single tracking” é então usado para evitar ou diminuir as oscilações laterais do corpo e garantir suporte contínuo do centro de gravidade. O grau de convergência dos membros em direção a uma linha central sob o plano mediano do corpo, depende da velocidade e da conformação do animal. Animais longos e de centro de gravidade baixo, como o Basset Hound, não fazem “single track”. Cães como esse normalmente movem-se com um pronunciado “roll” lateral que é considerado defeito em outros cães com membros longos.
A conformação ideal entre anteriores e posteriores (balanceamento) oferece normas gerais de avaliação de desvios (defeitos). Por exemplo, um ângulo maior do que 45° para a escápula diminui a extenção do anterior enquanto que, um ângulo menor reduz a eficiência do movimento. No posterior, ângulos menores da pelve afetam o movimento dos membros e, maiores reduzem o efeito propulsor por diminuírem a efetividade do arco espinhal (maiores ou menores em função do ângulo ideal desejado para a raça).
Pure Breed Dogs - 2003 - Glover, Harry - Irewin Copplestone Dog Standards Illustred -1977 - Wagner, Alice - Howell Book House, Inc. Dog Locomotion and Gait Analysis – Curtis Brow Dogsteps – A New Look – 3ª Edition Ilustração adaptada de Siberian Husky - The Family Album - Debbie Meador Tradução, Pesquisa e Edição - Leandro Jorge - Direitos reservados.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Cauda
As diferentes formas, reta, enroscada, grossa, afilada e assim por diante, bem como as características de pelagem que as reveste são características raciais descritas no padrão. Assim, também, as caudas amputadas cuja exigência e, mesmo, tamanho fazem parte do padrão. Esta amputação está relacionada a raças que normalmente apresentam caudas muito longas e volumosas que interferem na dinâmica desejada. A impossibilidade de alterar esses aspectos pela relação levou a necessidade de amputá-las.
Conclui-se, portanto, que as funções da cauda estão particularmente relacionadas à dinâmica de cada raça. Podem ajudar a manter o equilíbrio funcionando como um leme nas mudanças de direção. Ajudam a repor o centro de gravidade em posição seja nos movimentos laterais, seja na interrupção súbita da marcha. Podem, ainda, servir como auxiliar no momento do animal levantar-se.
A cauda por fim, também está muito relacionada ao temperamento ou, pelo menos, ao estado emocional do cão. Conforme a posição assumida revelam alegria ou disposição, timidez ou covardia e, até agressividade. Sob este aspecto, deve-se estar atento antes de opinar de forma definitiva sobre um porte incorreto. Estados de intensa alegria ou tensão (pré-agressividade) tendem a levantar a cauda acima dos níveis normalmente desejados em alguns padrões raciais.
Pure Breed Dogs - 2003 - Glover, Harry - Irewin Copplestone
Dog Standards Illustred - 1977 - Wagner, Alice - Howell Book House, Inc.
Dog Locomotion and Gait Analysis – Curtis Brow
Dog steps – A New Look – 3ª Edition
Ilustração adaptada de Siberian Husky - The Family Album - Debbie Meador
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quinta-feira, 24 de março de 2011
Membros Posteriores
O coxal, portanto, articula-se com o sacro (articulação sacro-iliaca), e dessa forma a força oriunda dos membros porteriores (propulsão) passa diretamente para a coluna vertebral e daí para os anteriores. Em função disso, o ângulo que o coxal forma com a coluna é muito importante pois alterações do mesmo (conforme a raça) podem prejudicar a transmissão da força propulsora. Esse ângulo é medido por meio de uma linha que acompanha o eixo maior do coxal, a partir da ponta da nádega e outra horizontal correspondente a coluna. Anatomicamente é considerado como ideal um ângulo de 30°. Esse ângulo permite ainda que uma linha perpendicular ao solo, tangente à ponta da nádega passe, se os outros ângulos estiverem corretos, pelo raio ósseo determinado pelos ossos do tarso e metatarso – jarrete que também deve ser perpendicular ao solo. Sendo assim o peso do membro recai sobre a almofada plantar, garantido o equilíbrio estático e facilitando o trabalho muscular. Como se pode deduzir essa linha marca, portanto, o aprumo do membro posterior. Em um animal bem aprumado, os posteriores vistos de trás devem ser paralelos entre si e acompanhar os anteriores. Como o ângulo formado pelo coxal com a coluna marca a posição da garupa é óbvio que alterações do mesmo levarão a defeitos de garupa ou a particularidades de uma ou outra raça. Assim, ângulos menores do que 30° levam a garupa plana e, maiores a garupa caída modificando a terminação da linha superior do animal. Ainda mais, dadas as relações da garupa com a raiz da cauda, pois ao sacro seguem-se as vértebras caudais, alterações da garupa consequentemente altera a posição da cauda. Grupas planas condicionam caudas de inserção alta e levadas acima da linha horizontal. Garupas caídas levam a cauda de inserção baixa e, em geral, levadas abaixo da linha horizontal. Além disso, enquanto defeito e não característica racial, alteram os outros ângulos articulares do membro, levando a defeitos de aprumos, tais como joelhos para fora e jarrete de vaca (garupa caída), joelhos “retos” e falta de paralelismo (garupa plana)e etc. Em conseqüência, também alteram o rendimento do trabalho muscular. Cães de coluna normalmente convexa (Whippet) não tem garupa caída, a ilusão é dada pela posição da coluna, mas se esta for retificada os ângulos desejados serão vistos. Podem, por outro lado, ter garupa caída e, neste caso, o sinal mais evidente, nestes cães, é a expulsão dos joelhos durante o movimento. Outros defeitos de garupa depende das dimensões ósseas que são as garupas estreitas ou muito largas. Em ambos os casos, o movimento é prejudicado pela alteração do posicionamento correto dos posteriores, Mais raras são as garupas curtas e muito longas, decorrentes das modificações do comprimento do coxal. Neste caso o movimento é prejudicado pela alteração do rendimento dos músculos que, partindo desse osso, alcançam o fêmur. Esses músculos, chamados genéricamente de íleo – femurais e ísquio – femurais são importantes colaboradores dos movimentos do membro posterior. Em seqüência encontramos o fêmur, que é um osso da região da coxa. Como já dissemos o fêmur articula-se com o coxal formando a articulação da cadeira ou coxo-femural. Idealmente esta articulação deve formar um ângulo de 90°, o que facilita a ação dos músculos coxo femurais que já comentamos. Na outra extremidade o fêmur articula-se com a tíbia. A tíbia e a fíbula são os ossos da perna. A articulação do fêmur e tíbia forma o joelho. Nesta articulação participa ainda um outro osso, pequeno e arredondado que é a patela (ou rótula) . A patela além de dar inserção a forte musculatura da região anterior da coxa, também limita o movimento da tíbia para a frente, na extenção da articulação do joelho. O ângulo ideal desta articulação também é igual a 90°. Esse ângulo favorece muito a ação do músculo gastrocnêmio; este músculo corresponde a nossa “barriga da perna”, origina-se no fêmur e se insere no calcâneo, um dos ossos do tarso, isto é, o que forma a ponta do jarrete. Essa disposição faz desse músculo o principal responsável pela flexão do joelho e retira o membro do solo pelo levantamento do tarso. Assim sendo, é de primordial importância no movimento do membro posterior.
A região do tarso, portanto, merece especial atenção porque, juntamente com o metatarso constitui o que se chama de jarrete. A importância do jarrete, claro, está relacionada ao trabalho do músculo gastrocnemio. Em princípio o jarrete deve ser perpendicular ao solo. Sua altura e, particularmente, o comprimento do metatarso estão na dependência da raça ou do tipo do cão e devm ser proporcionais ao conjunto carpo – metacarpo. Um jarrete excessivamente alto encurta o músculo gastrocnemio e altera o seu ângulo de inserção. Atenção: normalmente, no jarrete alto todo o conjunto é longo pois neste caso a movimentação é rápida mas pouco produtiva. O animal anda com os posteriores saltitando. Quando o jarrete é muito baixo o músculo torna-se mais longo e acompanha aproximadamente o raio ósseo. A movimentação é lenta e pouco produtiva, isto é “arrastada”. Outro problema sério são os chamados “jarretes de vaca”. Neste caso os jarretes estão fora de aprumo, sua pontas se aproximam e os pés em consequência voltam-se para fora. Na contração muscular ao invés do membro ser dirigido totalmente para a frente, ele devia-se para o lado e, portanto, o movimento é pouco produtivo. Quase sempre os jarretes de vaca são decorrência de garupa ou má angulações de joelho. Aliás joelhos mal angulados produzem resultados na movimentação semelhantes ao apresentados por jarretes na altura inadequada. De fato, alterando o comprimento e a posição do músculo gastrocnemio, os joelhos muito angulados tem efeito semelhante ao jarrete alto e ao contrário, os poucos angulados (joelho reto ou inaparente) ao jarrete muito baixo. A estrutura dos pés é semelhante ao dos anteriores. Sua forma é descrita nos padrões. Quando não forem apontados diferenças a forma dos pés é semelhante nos anteriores e posteriores. Considerando em conjunto, o membro posterior, a maneira dos anteriores, funciona como um pêndulo. Como já foi comentado esse movimento resulta na economia de trabalho muscular. Para que haja equilíbrio na ação dos músculos flexores e extensores e, para que o impulso, no contato com o solo, seja rapidamente transmitido se exige bons aprumos e angulações corretas. No membro posterior o eixo de oscilação desse pendulo ideal corresponde a articulação coxo-femural pois, cabe lembrar, a articulação sacro-ilíaca é praticamente fixa, servindo mais como ponto de trasmissão da força propulsora para a coluna vertebral.
Pure Breed Dogs - 2003 - Glover, Harry - Irewin Copplestone Dog Standards Illustred -1977 - Wagner, Alice - Howell Book House, Inc. Dog Locomotion and Gait Analysis – Curtis Brow Dogsteps – A New Look – 3ª Edition Ilustração adaptada de Siberian Husky - The Family Album - Debbie Meador Tradução, Pesquisa e Edição - Leandro Jorge - Direitos reservados.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Linha superior ou linha inferior
Do ponto de vista dinâmico, a coluna vertebral funciona como eixo de condução de impulsos dados pelos membros posteriores para o conjunto dos anteriores, dessa mmaneira quanto melhor a sua conformação mais facilmente é levada a força de propulsão e tanto mais rendoso e econômico será o movimento. É claro que nada adianta a coluna ser correta se os anteriores forem, por exemplo mal angulados ou deslocados pois, neste caso não poderão dar a resposta desejada ao impulso transmitido.
Em geral a linha superior é retilínea, com freqüência mostra-se descendente desde a cernelha até a garupa. As vezes essa linha descendente é bem acentuada, como acontece em alguns cães de caça e um bom exemplo é o Cocker Spaniel Americano, essa descida acentuada (sporting back) deve-se a posteriores acentuadamente angulados e permitem ao animal iniciar o movimento com grande impulso. Durante a movimentação, entretanto, ela deve manter-se na horizontal. Excepcionalmente a linha superior deve ser ascendente da cernelha para a garupa como o fila brasileiro.
Como defeito, a linha superior pode mostrar-se curva, convexa ou côncava. No caso de convexidade da linha superior, falamos em dorso carpado ou de camelo. A linha superior côncava leva ao que se chama de dorso selado. Em ambos os casos a transmissão da força propulsora é prejudicada perdendo impacto até alcançar os anteriores, nestes casos, o animal anda de lado (caranguejar). Em termos de ilustração, o animal anda mais depressa atrás do que na frente. Isso também acontece em cães anormalmente longos. Devemos lembrar que esse alongamento se faz quase sempre na região lombar (flanco longo). Isso acontece como já vimos, as vértebras lombares não possuem apoio (os torácicos tem as costelas como suporte e, as sacras que se seguem são apoiadas pela bacia).
Pure Breed Dogs - 2003 - Glover, Harry - Irewin Copplestone
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segunda-feira, 21 de março de 2011
O Abdômem
A região lombar, em termos de coluna vertebral, é o segmento que permite ao animal movimentos rápidos de lateralidade, para mudança de direção. Assim sendo, animais de velocidade ou que necessitam desse tipo de mudança rápida como os pastores em geral, devem ter essa região longa e, consequentemente o flanco será mais longo ou aberto. Por outro lado, a região lombar curta garante maior firmeza e estabilidade sendo, por isso, característica dos animais de força que, então, apresentam flancos curtos ou fechados.
As denominações “aberto” e “fechado” decorrem da presença de uma ligeira concavidade (vazio do flanco), característica da porção superior das paredes abdominais. A linha inferior do abdômem é chamada de ventre.
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Regiões da coluna vertebral - Esquema
domingo, 20 de março de 2011
Tórax
Em síntese, a forma final da caixa torácica é dada pelas costelas cuja curvatura deverá ser adequada a cada raça. A falta de uma curvatura correta (costelas chatas) levará a um tórax estreito e seu excesso (costelas em barril) a um tórax largo ou arredondado (tórax em barril). As conseqüências mais séries estão relacionadas ao apoio oferecido aos ombros e já foram comentados. Não podemos esquecer a eventualidade do tórax ser bem formado mas pequeno para o animal, os resultados serão semelhantes ao de um tórax estreito, além da falta de antepeito. Lembro que as costelas não atingem diretamente o esterno, a união é feita por cartilagens (cartilagens costais), assim, pode acontecer das costelas terem boa curvatura mas a cartilagem ser reta e descer verticalmente para o esterno... é o chamado tórax em quilha e, em conseqüência, falta apoio ao cotovelo. O esterno é formado por um conjunto de 8 peças ósseas (esternébras) unidas por cartilagem. Na porção posterior apresenta um prolongamento cartilagineo chamado de apófise xifóide e, na porção anterior, outro prolongamento conhecido como apófise cariniforme ou carena. A carena tende a ser mais pronunciada nos cães de velocidade e mais curtas e largas nos de força. Nos patas curtas, como por exemplo nos dachshunds, ela também é pronunciada. Nestes últimos a função da carena bem desenvolvida é compensar o encurtamento dos membros, garantido o melhor equilíbrio do animal. O esterno também fornece superfície de inserção para os músculos peitorais, especialmente os peitorais anteriores que formam o antepeito.
Naturalmente, o aspecto final do tórax será dado pela musculatura que recobre e que deverá ser bem desenvolvida e de acordo com a estrutura óssea que a sustenta.
Além da largura do tórax e da forma adequada de curvatura das costelas (vê-se de frente e por cima), devemos também considerar a sua profundidade, isto nada mais é do que a altura do tórax, tomada ao nível da 5ª ou 6ª costela, logo atrás da articulação do cotovelo, por uma linha perpendicular ao eixo horizontal entre os pontos mais alto e mais baixo, se necessário é também a esse nível que se mede o perímetro (circunferência) do tórax.
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sábado, 19 de março de 2011
Pés
Um último comentário. Embora o movimento dos cães dependa mais dos posteriores – Propulsão – em certas circunstâncias o papel principal pode ser dos anteriores – Tração. Isso pode acontecer por características especiais de terreno – ladeiras íngremes, solo lamacento ou arrastando pesos. Também em certas raças, nas quais a frente é muito desenvolvida em detrimento dos posteriores, como é o caso do Bulldog Inglês, os anteriores assumem preponderância na movimentação.
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quinta-feira, 17 de março de 2011
Membros Anteriores
A articulação do ombro tem como ângulo ideal o de 90 graus. Considerando o ombro em posição, os ângulos mencionados de 45º e 90º permitem que uma perpendicular ao solo traçada a partir do centro da espinha da escápula caia exatamente no centro da almofada plantar, mantendo-se paralela aos ossos do antebraço, que são o rádio e a ulna (linha vermelha na figura abaixo). Essa disposição é muito importante pois permite ao animal manter-se em pé com o menor esforço possível, dado o equilíbrio de torres entre os músculos extensores e flexores. Na verdade este aspecto constitui o que chamamos de aprumos e a natureza procura mantê-los a qualquer custo, acomodando a escápula e o úmero à largura da caixa torácica ou, inclusive, alterando a forma final de alguns ossos longos, como no caso dos “patas curtas”, para que a perpendicular seja respeitada nos seus pontos extremos – centro da espinha da escápula e almofada plantar.
Visto de lado (famoso “side gait”), podemos notar que os cães de boa velocidade tal disposição permite que a articulação do cotovelo, entre o úmero e o rádio-úlna, seja colocada ao nível da linha inferior do tórax, ou mesmo um pouco abaixo, o que facilita os movimentos amplos necessários ao galope – por isso muito cuidado em falar em cotovelos soltos nos galgos em geral – ao contrário, nos cães baixos, a articulação do cotovelo, pelo encurtamento dos ossos, coloca-se acima da linha inferior do tórax e os movimentos são mais firmes porém de menor amplitude.
Considerando o movimento do membro como um todo, tais angulações e aprumos também resultam em economia de energia; de fato, neste caso, o membro funciona como um pendulo cujo centro ideal é o centro da espinha da escápula. Na realidade a escápula sofre apenas ligeira rotação, cabendo o efeito à abertura ou ao fechamento da articulação escapulo umeral; lembrando a relação do paralelismo entre a linha ideal e os ossos do antebraço vemos que toda a força de contato com o solo passa rapidamente para a raiz do membro. Além disso, se traçarmos uma linha acompanhando a espinha da escápula até o solo, podemos determinar o alcance máximo do passo do animal com um único movimento. Não é difícil deduzir que alterações dos ângulos articulares considerados vão influir nesse alcance. Assim, por exemplo, se o ângulo escapulo umeral for maior que 90º, o passo é mais curto mas a seqüência dos passos é mais rápida. Na maioria das raças é um defeito mas, em algumas, é desejável (Fox Terrier, dobermann). Ao inverso, um ombro muito fechado projeta a linha para mais longe do apoio. Teoricamente o alcance é maior mas, na prática, esse alcance é maior do que o próprio comprimento do membro que, assim, termina o movimento em pleno ar. Nesse caso o novo apoio far-se-a com impacto, o que cansativo e estressante que bate com a almofada plantares no solo (“padding”) ao invés de apóia-las harmoniosamente. Algumas raças apresentam movimentos especiais nos membros dianteiros; além das apontadas (passos curtos), o mais típico é o do Pinscher Miniatura em que todas as articulações, inclusive os dedos, flexionam-se exageradamente levantando todos os membros e resultando em passos curtos e rápidos. Esse movimento é chamado de “hachney” e está intimamente associado a estrutura do membro. Semelhante, porém não igual ao hackney é a chamda ação alta (high action). Neste caso, e é sempre defeito, o anterior não tem condições de compensar a propulsão dos posteriores. Para que os pés não se choquem (posteriores x anteriores), o animal retira rapidamente os anteriores do solo, levantando-os exageradamente mas sem as flexões acentuadas do “hackney”. Esta movimentação é vista como correta no Greyhound Italiano pela acentuada curvatura da coluna que, mesmo em movimento, não se desfaz totalmente. De qualquer forma ela também pode aparecer, transitóriamente, no início do movimento de qualquer raça de coluna convexa, mas desaparecendo à medida que a propulsão dos posteriores se equilibra com com a resposta dos anteriores e a coluna se acomoda. Nestes casos , a sua manutenção durante todo o movimento é defeito (em caso de dúvida faça o animal dar uma volta mais ampla). Ela também é insinuada no Ibizan Hound, no qual se pede um trote alto.
Devemos considerar agora a região do carpo e metacarpo. O carpo é constituído por duas fileiras de ossos, num total de sete e, como já mencionamos anteriormente, serve para dar maior flexibilidade a região (corresponde ao nosso punho) e amortecer os impactos que são transmitidos ao conjunto rádio-ulna e daí a raiz do membro. Externamente e na porção posterior, aí encontramos uma formação fibrosa, revestida de pele muito espessa, sem pelos, que é chamada de coxim ou almofada carpal, cuja função é proteger o carpo de choques com o solo, na eventualidade de flexões exageradas durante o movimento (principalmente em velocidade, quando o impacto é maior). Na seqüência temos a região do metacarpo (corresponde a nossa palma da mão) e é formada por quatro ossos (se não considerarmos o quinto dedo) que na realidade é o primeiro, o nosso polegar. O comprimento desses ossos varia conforme a raça, de modo geral, são mais longos nos cães de velocidade e mais curtos nos cães de força ou de anteriores e posteriores curtos. Considerados como um todo apresentam uma ligeira inclinação relativamente ao eixo do membro. Essa inclinação favorece o efeito de amortecedor do conjunto e sua alteração condiciona movimentos “duros”, se for muito reto ou, ao contrário, “pesados” se for muito inclinado. Algumas raças, entretanto, pedem metacarpos bem perpendiculares ao solo (Foxhound) ou nitidamente inclinados (Pastor Alemão). Muitas vezes é a este nível que notamos desvios de aprumos quase sempre decorrentes de problemas ao nível de ombros deslocados para frente ou tórax estreito, sem apoio para os cotovelos, exigem que o animal coloque os pés para fora para garantir o equilíbrio. Ao contrário, tórax muito longo (quando defeito) tende a afastar os cotovelos e os pés se voltam para dentro. Os desvios também podem acontecer por ligamentos pouco resistentes ou torções ósseas (em cães novos nos quais o tórax ainda não está totalmente desenvolvido ou os ligamentos são mais frouxos esses desvios devem ser cuidadosamente considerados). Finalmente temos as falanges, que são os ossos dos dedos e que veremos mais adiante.
Pure Breed Dogs - 2003 - Glover, Harry - Irewin Copplestone
Dog Standards Illustred - 1977 - Wagner, Alice - Howell Book House, Inc.
Dog Locomotion and Gait Analysis – Curtis Brow
Dogsteps – A New Look – 3ª Edition
Ilustração adaptada de Siberian Husky - The Family Album - Debbie Meador
Tradução, Pesquisa e Edição - Leandro Jorge - Direitos reservados.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Pescoço
Finalmente, devemos lembrar que o pescoço também é responsável pela maneira como é levada a cabeça (porte); a manutenção de uma boa posição de pescoço e cabeça está intimamente relacionada aos músculos e ligamentos , em especial o ligamento da nuca (nucal) que se extende da cabeça às vértebras cervicais e torácicas. Alterações do comprimento e elasticidade deste ligamento podem alterar inclusive a forma do pescoço, especilamente no que diz respeito a linha superior ( a inferior mudará como conseqüência), assim, por exemplo, um ligamento da nuca curto e rígido levará a um pescoço de convexidade exagerada – pescoço de ovelha – por outro lado, não se pode esquecer que o porte da cabeça poderá estar alterado com problemas relacionados ao membro anterior que, mais adiante será mencionado.
Pure Breed Dogs - 2003 - Glover, Harry - Irewin CopplestoneDog Standards Illustred - 1977 - Wagner, Alice - Howell Book House, Inc.
Ilustração adaptada de Siberian Husky - The Family Album - Debbie Meador
Dog Locomotion and Gait Analysis - Curtis Brow and Dogsteps - A New Look 3º Ed.
Tradução, Pesquisa e Edição - Leandro Jorge - Direitos reservados.
terça-feira, 8 de março de 2011
Orelhas
Quanto ao porte as orelhas podem ser classificadas em: eretas, semieretas, semi tombadas, tombadas, em botão e em rosa, em uma classificação mais simples.
Em uma classificação um pouco mais complexa podemos nomear quatro tipos e seus sub grupos: Quanto a cartilagem, quanto a inserção própriamente dito, ereção e a pelagem. Neste contexto classificamos a cartilagem com forma, tamanho, espessura, consistência e integridade. Nesta suposição a forma da cartilagem poderia ser triangular, pontiaguda, arredondada e lobular. Pelo tamanho podemos sizer que a orelha possui um contexto largo, estreito, curto e longo. Orelhas finas, médias, espessas e grossas nos definiriam a espessura. Sobre a consistência relacionamos o tipo duro e o mole. Orelhas íntegras , cortadas ou amputadas dariam integridade a cartilagem ou não. A inserção foi descrita acima. Quanto a capacidade de ereção chamaríamos de orelhas inertes (desprovidas de ereção), as eréteis e semieréteis – botão, tulipa e em rosa. Finalmente quanto a pelagem teríamos as lisas, peludas e franjadas.
Nas orelhas eretas a concha mantem-se completamente com o interior do pavilhão à mostra (pastor alemão). Nas semi-eretas a cartilagem dobra-se para a frente no seu terço final (ou na metade); é clássica do collie e do shetland. Nas semi-tombadas a dobra da cartilagem é feita no primeiro terço junto a base (irish terrier). Nestes tipos de inserção é sempre alta.Nas tombadas, a cartilagem é mais delicada e todo o pavilhão dobra-se para baixo, a inserção pode ser alta (pointer) ou média (maltês) mas, quase sempre é baixa (basset).
Nas orelhas em botão a dobra é junto a base, são pequenas e voltadas para a frente (pug). Em rosa, são orelhas que sofrem duas dobraduras, uma longitudinal e outra transversal, com isso, dobram-se para trás e são justapostas à cabeça (bulldogue inglês). Particularidades são apresentadas em cada padrão racial.
Pure Breed Dogs - 2003 - Glover, Harry - Irewin Copplestone
Dog Standards Illustred - 1977 - Wagner, Alice - Howell Book House, Inc.
Guia para a Dissecção do Cão - Evans & deLahunta - Guanabara Coogan
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terça-feira, 1 de março de 2011
Olhos
Ao examinar os olhos, os juízes, levam em conta a forma, a cor (em cães que o padrão exige), a posição e a expressão. De modo geral esses itens fazem parte das descrições de padrão racial e são próprios de cada raça. Relativamente à forma e posição, não se pode deixar de lado os aspectos ligados ao tipo, que já foi descrito, isso é de extrema importância em uma análise comparativa ao padrão. Alterações da forma e posição exigidas, geralmente são faltas graves e isso quase nunca é uma percepção simplesmente visual, pois implicam diretamente em modificações de toda a estrutura óssea do crânio (o globo ocular é sempre esférico). Assim, por exemplo, olhos redondos em um Afghan estão associados a crânio longo ou stop muito evidente; da mesma forma olhos achinesados (estreitos) em um Boxer decorrem de crânio estreito, testa fugida (inclinada), focinho longo e de pouca substância, e assim por diante. Relativamente aos olhos, também devem ser considerados, as pálpebras, superior e inferior, que são dobras de pele que servem para protegê-los. Os padrões costumam especificar a pigmentação desejável para a borda das pálpebras, bem como conjuntiva, que é a mucosa interna mas às vezes, isto é permitido ou mesmo desejado. Não se pode esquecer a terceira pálpebra – estrutura fibro cartilaginea localizada junto ao canto interno do olho. Quando distendida altera a expressão do cão.
Pure Breed Dogs - 2003 - Glover, Harry - Irewin Copplestone
Dog Standards Illustred - 1977 - Wagner, Alice - Howell Book House, Inc.
Ilustração adaptada de Siberian Husky - The Family Album - Debbie Meador
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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Dentes
Arcada superior: 6 incisivos – 2 caninos – 8 prémolares – 4 molares
Arcada inferior: 6 incisivos – 2 caninos – 8 prémolares – 6 molares
O único prémolar superior e o primeiro molar inferior são também chamados de “carniceiros” e são característicos da espécie; os incisivos, considerados aos pares em cada arcada são às vezes denominados de pinças (os laterais).
A falta de dentes constitui defeito mais ou menos grave conforme a raça considerada, e de acordo com as exigências dos padrões.
Outro ponto da maior importância é a oclusão dentária conhecida em cinofilia como “mordedura” e, é sempre verificada pela relação estabelecida entre os incisivos superiores e inferiores.
A mordedura mais comum é a chamada “em tesoura”. Neste caso os incisivos superiores sobrepõe-se aos inferiores, de tal maneira que a face interna daqueles fica justaposta à face externa destes. É encontrada nas maiorias das raças – cães pastores, cães de caça, cães nórdicos, etc, caracteriza-se por ser mais suave e mais segura do que o tipo a seguir, isto é, a mordedura “em torquês”, nestes casos os incisisvos se tocam pelas suas bordas livres. Esta mordida caracteriza-se por ser muito dilacerante mas é pouco segura. Aparece em alguns terriers (é necessário pelo tipo de caça) e, também, em alguns braquicéfalos, devido ao encurtamento do focinho.
Quando os incisivos superiores e inferiores se distanciam muito, temos os chamados prognatismos. Os termos prognatismo superior e inferior usados em cinofilia são inadequados mas, infelizmente, já estão consagrados mais pelo uso. O prognatismo superior (termo correto é retro ou braquignatismo, pois é a mandíbula que se retrai) é sempre defeito. O inferior, quando os incisivos inferiores ultrapassam os superiores tanto pode ser o tipo mordedura desejada, como pode ser uma falta grave. Em vários braquicéfalos é a mordedura ideal ou pelo menos, permitida.
Nos cães de focinho muito longo, não é raro vermos os incisivos superiores distanciarem-se dos inferiores devido à sua implantação, que é mais inclinada; isto não configura um prognatismo típico, da mesma maneira como desvios de um ou outro incisivo dentro do conjunto, não devem ser considerados como prognatismo.
Nas avaliações comparativas o tipo de crânio será, também, como referência. Tomando exemplos extremos: prognatismo superior num braquicéfalo ou, ao contrário, prognatismo inferior num dolicocéfalo, são sempre faltas muito graves, pois fogem as tendências do tipo.
Pure Breed Dogs - 2003 - Glover, Harry - Irewin Copplestone
Dog Standards Illustred - 1977 - Wagner, Alice - Howell Book House, Inc.
Ilustração adaptada de Siberian Husky - The Family Album - Debbie Meador
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